quinta-feira, setembro 16, 2004

Você tem o direito de... que direito?

Nessa merda de mundo atual a vida nada mais é que um jogo. Sim, um joguinho de tabuleiro com certas regras. Onde uma delas, talvez a mais importante, é não ter opinião própria.
Pra que pensar? Deixe que a mídia pense por você. A TV te dirá o melhor jeito de viver, o que comer e beber, como se comportar na sociedade; o rádio dirá o que deve ouvir, os lugares onde você deve ir; os portais de internet te dirão o tipo de informação que você deve ler. A escola, então, te ensinará a ser um perfeito não-crítico.
E assim, conforme o tempo irá passar, você vai se esquecer de todos aqueles sonhos idiotas. Aquelas coisas em que você pensou quando era mais novo, as causas pelas quais você quis lutar, talvez um mundo melhor? Besteira! O mundo é de quem tem posses, já dizia nossa família. Mais vale uma casa na praia do que estas linhas que eu escrevo. Mais vale o cartão de crédito do papai (pra quem tem papai) do que um cérebro. Mais vale uma roupa nova do shopping, um tênis de 500 reais, do que um amigo que te ouça mesmo quando você está no extremo da tristeza, dizendo coisas escabrosas.

Enfim, o Big Brother estará nos observando nas esquinas; Albert Einstein será apenas o nome de um hospital pra endinheirados em São Paulo; o direito às opiniões controversas de Voltaire, ah, quem vai lembrar dele? E o nome de René Descartes, quando citado, será respondido com um sonoro "é di comê?".

E a máxima dessa nova "filosofia da razão" será: ACEITO, LOGO EXISTO.

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