segunda-feira, agosto 30, 2004

O OBSERVADOR

São Paulo é uma cidade do caralho. Um lugar onde tudo é legal e as relações são intensas.

Como por exemplo essa que vou descrever agora, que não durou mais que dois minutos.

Fui resolver algumas coisas na minha cidade natal. Tava lá eu, no metrô, meio cheio e algumas pessoas de pé, inclusive eu, logo que entrei na estação Marechal. No banco bem atrás de mim, duas senhoras de meia-idade, conversando pacificamente.

(senhora de saiona até o tornozelo e cabelo até a bunda) - Pois é, pra aceitar a divina misericórdia a senhora deve começar parando de usar essas coisas mundanas; cabelo curto, calça comprida? Deus não gosta disso.
(senhora com cara de normal) - Ah, quer dizer que por causa do meu cabelo e do que eu visto eu vou pro inferno? VÁ PRA PUTA QUE PARIU!

E a senhora que xingou se levantou, e seguiu viagem de pé. A outra ficou sentada, com cara de tacho. E o lugar ao lado dela, vazio.

E esse lugar vazio, único lugar do vagão inteiro que estava vazio, ficou vazio até a Sé, que foi onde eu desci.

Que gente mais doida, não?

Nenhum comentário: