Neste mês tive a oportunidade de visitar a Argentina, terra do tango, do dulce de leche e dos asados de parrilla.
No meio do caos de anos de governos e desgovernos, o argentino aprendeu a guardar dólar debaixo do colchão, curiosa maneira de se defender da inflação que come a renda dos hermanos e também de possíveis novos corralitos (ok google corralito o que foi).
Uma coisa que me pareceu interessante, assim como nas vezes que estive no Uruguai - também terra do tango, do dulce de leche e das vaquitas tranquilas - é a velocidade que nossos vizinhos tocam a vida.
Totalmente diferente da loucura apocalíptica das cidades médias do Brasil.
Um passeio em Buenos Aires no horário do "rush" chega a ser aprazível em comparação a atravessar a Marginal Tietê em um sábado de tarde.
E uma parada em um restaurante popular em Córdoba se mostra muito mais amigável que os inflacionados menus gourmetizados da Grande São Paulo.
Um belo bife de chorizo com papas, umas três Quilmes de litrão (litrão que custa o equivalente a 13 reais, mais barato que long neck no posto de gasolina aqui) e um jogo do Belgrano na TV.
Mesmo em tempos bicudos para os hermanos, dá vontade de vender tudo, colocar a esposa, o moleque e os cachorros no carro e se picar pra terra banhada pelo Mar del Plata.
Pode até ser visão de quem tem certos privilégios de viver em um país com economia "estável". Pode ser a meia idade falando.
Mas é idílico imaginar passar as tardes frias de inverno tomando um mate na varanda de uma vivienda, escutando o último tango tocar em uma rádio AM de Córdoba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário